A BGS não é mais pra mim, e tudo bem!

A BGS não é mais pra mim, e tudo bem!

Nesse final de semana aconteceu a Brasil Game Show, um dos maiores eventos de games da América Latina, em São Paulo City. Comemorando 15 anos, foi a terceira vez que compareci e dessa vez, achando que ainda sou uma jovem, fui os quatro dias abertos ao público, nos dias 10 à 13 de outubro (dia 9 foi para imprensa). As outras edições que compareci foram em 2013 e 2019. E o que posso resumir disso tudo é: já não faço mais parte do público alvo do evento. Mas calma, vou explicar melhor o porque e já adianto que isso não é uma crítica, apenas a minha visão sobre meu atual perfil de jogadora e o que vi por lá.

Sem Microsoft e Sony

Nintendo na BGS 2024
Nintendo, a única empresa de consoles que participou da BGS 2024

Quando fui na primeira edição da BGS, em 2013, fiquei 3 horas na fila para entrar no evento, debaixo de um sol escaldante (hoje as filas são dentro do pavilhão). Quando entrei no evento, já estava tão cansada que mal consegui aproveitar. Porém, era lançamento da oitava geração de console, então poderíamos experimentar em primeira mão o Playstation 4 e o XBox One. Consegui testar apenas o XBox One, com o Killer Instinct, onde depois de duas horas de fila, joguei apenas um round (não foi uma partida, foi UM ROUND). Foi caótico, mas poder ver os consoles da nova geração foi incrível. Na edição de 2019 Sony e Microsoft também estiveram na BGS, mas isso não aconteceu em 2024. Das empresas de consoles, apenas a Nintendo participou este ano. No ano passado, em 2023, a Sony cancelou a participação. E a Microsoft já não participa desde a edição de 2022. Ainda não é possível saber se a Microsoft e Sony voltarão nas próximas edições. Apesar de não darem os motivos da não participação na BGS, sabemos que desde que voltamos a normalidade pós pandemia as coisas mudaram um pouco. Uma delas foi o cancelamento definitivo da E3, uma das feiras mais importantes do mundo. O fato é que eu sou uma jogadora de console, jogo desde o primeiro Playstation, e o XBox entrou na minha vida nos últimos anos e gosto muito dele, principalmente por conta da GamePass. Sendo assim, não ter eles na BGS trouxe uma certa decepção. Espero que possam voltar nas próximas edições, pois com certeza eram uns dos estandes mais legais da BGS.

Filas

Filas, filas, muitas filas.

Ok, eu não deveria reclamar disso, pois sabemos que o brasileiro adora uma fila, e todas as edições você enfrentará filas enormes para conseguir jogar algo, conhecer algum famoso no meet and greet, pegar um brinde, e etc. Mas digamos que o problema não é a fila, e sim que eu já não tenho mais paciência, coluna, saúde mental e o famoso ‘saco’ para encará-las. Quando você é mais novo é mais tranquilo de encarar, tudo é mais fácil, você tem mais tempo, enfim. Mesmo assim, dessa vez acabei ficando um certo tempo em algumas filas, mas só porque fui os quatro dias, então eu tinha tempo para mais atividades no evento. Porém, em várias filas eu entrei, fiquei uns 5 minutos, vi que não ia pra frente e desisti. Algo que fiz esse ano foi ficar até o final do evento, onde muitos visitantes já haviam ido embora, e assim consegui ir visitar vários estandes. Mas preciso fazer um adendo: achei o evento bem organizado no geral, como já havia ido em edições anteriores, passei bem menos sufoco, e algumas filas eram interditadas quando a quantidade de pessoas já era suficiente, fazendo com que você não perdesse tempo a toa.

Influenciadores

Eu não fazia a menor ideia de quem era essa galera.

Se tem uma situação em que eu fiquei totalmente perdida na BGS foi ao tentar reconhecer algum influenciador. O evento contou com diversos, seja em participação de campeonato, meet and greet, times de E-Sports, e eu simplesmente não conhecia ninguém. Em vários momentos andando pelo evento, via aquele monte de jovem na frente de algum estande, até que anunciavam: ‘Com vocêssssss, Zézinho Gamer’. E aquela gritaria, gente chorando, dezenas de celulares tirando foto, e eu olho para meu marido, faço uma cara de ponto de interrogação e pergunto: ‘Quem é essa pessoa?’. Ele faz a mesma cara e diz: ‘Não sei’. Bom, eu não sou uma pessoa que acompanha influenciadores, somente alguns poucos canais que mais me identifico, como Cogumelando e Aperte Start, ou seja, quem é mais oldschool dos games. E fiquei impressionada como essa galera é querida pelo seus fãs e seguidores. Eu não conheço o trabalho desses influenciadores, mas acho que poderia ter tido uma variedade maior, pois tive a impressão que eram todos iguais, voltados sempre pro público de E-Sports, jogos mobile e jogos como serviço. Mas, pelo jeito essa é a nova tendência para atrair um público maior nos eventos, e eu que estou por fora. Bom, talvez meu tempo já tenha passado mesmo, mas melhor assim, vamos ficando mais velhos e queremos ser mais ‘de boas’.

Jovens e coisas de jovens

Jovens jogando jogos de jovens.

Confesso que não é muito fácil aceitar que estou ficando velha (bom, todos ficamos, mas, acho que você entendeu). Por mais que tentaram colocar atividades para diferentes públicos, era nítido que os jogos como serviço, jogos mobile e E-Sports eram os grandes destaques da BGS. E são justamente os tipos de jogos que eu não consumo. E mesmo os jogos singleplayer disponíveis, foram bem poucas as novidades. Acho que isso também reflete um pouco o atual mercado de games, em que muitas empresas estão focando cada vez mais nos jogos como serviço e comunidades online, não tem muito como fugir disso. O estande do Genshin Impact era um dos mais legais, com diversas atividades e brindes, mas … a pessoa aqui não joga Genshin Impact (até tentei participar mas o item 2, fila, não me deixou). Diablo IV tinha um estande legal também, onde recebeu vários influenciadores e eu não conhecia ninguém. Houve campeonatos de Brawl Stars e CS2, influenciadores vs público e times e jogadores de E-Sports. São diversas atividades que exigem muita interação e participação da comunidade, ou seja, não é pra mim.

Mas Ana, porque você foi na BGS então?

Sonic Symphony
Sonic Symphony

Todos os estandes e convidados da BGS são divulgados com bastante antecedência, então eu já sabia o que iria ter, não posso reclamar que não estava esperando. Mas claro que aproveitei muita coisa: uma delas foi a apresentação da Sonic Symphony, com o já arroz de festa da BGS Shota Nakama, com uma banda fantástica e muita nostalgia (Sonic faz parte da minha vida gamer desde a infância). Também pude jogar Sonic x Shadow Generations antes do lançamento, vi muito cosplay bacana, joguei alguns jogos da Devolver, que sou bem fã, testei alguns periféricos, entre outras coisas. Mas a BGS esse ano trouxe um convidado mais que especial pra mim: Neil Newbon, ator que interpreta o Astarion em Baldur’s Gate 3, e eu PRECISAVA participar do meet and greet dele. Essa história ficará para outro post, pois tem bastante coisa pra contar.

Se eu iria novamente na BGS? Sim, com certeza, e torço pra Sony e Microsoft voltarem nas próximas edições. Talvez eu só não encare os 4 dias de evento novamente, mas no geral gostei de ter ido. Como de costume sábado foi o dia mais cheio, com ingressos esgotados. Os demais dias eram um pouco mais tranquilos, mas ainda assim com muitas pessoas. A BGS é um grande evento no país, torço sempre pra que dê certo e continue a cada ano, mesmo não sendo mais pra mim.

Avatar de Ana Paula

Gamer desde sempre, casada, adoro cozinhar e fazer atividade física e tenho uma cachorrinha chamada Ciri. Criei esse blog para contar minhas experiências desse universo tão maravilhoso dos games.

Resposta a “A BGS não é mais pra mim, e tudo bem!”

  1. Avatar de Michelle
    Michelle

    Sofremos na primeira edição né? Kkkkk nem consegui retornar ao evento, mas, percebi essas mudanças também pelos vídeos de resumo do evento e etc, essa mudança de gerações. Sony e a Microsoft não darem as caras nesse eventos, já passa a mensagem: temos os nossos próprios eventos e ou não temos nada novo para compartilhar, uma pena.

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